segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O cortiço

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo foi um crítico impiedoso da sociedade brasileira e de suas instituições. Abandonou as tendências românticas em que se formara, para tornar-se o criador do naturalismo no Brasil, influenciado por Eça de Queirós e Émile Zola. Seus temas prediletos, focados na realidade cotidiana, foram o anticlericalismo, a luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios e a vida do povo humilde.

O livro o cortiço é um romance naturalista, aonde o cotidiano da vida no cortiço ia de acordo com a rotina e a realidade de seus moradores, onde lavadeiras era o tipo mais comum.  O livro contém 23 capítulos, que relatam a vida coletiva de pessoas pobres que habitam no cortiço na cidade do Rio de Janeiro. 
A obra é narrada em terceira pessoa e há dois espaços o primeiro o cortiço, amontoado de casebres mal-arranjados, onde os pobres vivem, onde lá esta a mistura de raças e as classes baixas. Junto ao cortiço estão a pedreira e a taverna do português João Romão.
O segundo espaço fica ao lado do cortiço, é o sobrado do comerciante Miranda e de sua família que representa a burguesia século XIX.   Inicialmente o livro narra a saga de João Romão rumo ao enriquecimento que utiliza até do furto para conseguir atingir seus objetivos. João Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza trabalha para ele sem descanso.
 Miranda é o comerciante bem estabelecido que cria uma disputa acirrada com o taverneiro por uma braça de terra que deseja comprar para aumentar seu quintal mais não chegam a um consenso. João Romão fica com inveja de Miranda, pois ele possui uma condição social melhor do que a dele.
Lá estão também os moradores de menor ambição financeira como Rita Baiana, mulata faceira e Capoeira Firmo malandro valentão, Jerônimo e Piedade. Se destacam no cortiço: Machona, lavadeira escandalosa; Alexandre, mulato antipático; Pombinha, moça boa que acaba por se prostituir e outros mais.
O cortiço muda, perdendo seu caráter desorganizado e miserável e se transforma na Vila João Romão, isso acontece quando para imitar as conquistas do rival, João Romão promove várias mudanças na estalagem, que agora ostenta ares aristocráticos. Assim o dono do cortiço aproxima-se da família de Miranda e pede a mão da filha do comerciante em casamento, mas para isso ele tem que se livrar de sua amante Bertoleza, Romão a denuncia como escrava fugida e ela desesperada comete suicídio deixando o caminho dele livre para o casamento.
No cortiço há várias festas. Nelas, Rita Baiana, provocante e sensual, enlouquece a todos os homens causando brigas que acabam numa verdadeira “guerra” entre o cortiço de João Romão e o cortiço vizinho. Porém, um incêndio em vários barracos de João Romão põe fim à briga coletiva. João Romão, agora endinheirado, reconstrói o cortiço.

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