Aluísio Tancredo Gonçalves
de Azevedo foi um crítico impiedoso da sociedade brasileira e de suas
instituições. Abandonou as tendências românticas em que se formara, para
tornar-se o criador do naturalismo no Brasil, influenciado por Eça de Queirós e
Émile Zola. Seus temas prediletos, focados na realidade cotidiana, foram o
anticlericalismo, a luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios e
a vida do povo humilde.
O livro o cortiço é um
romance naturalista, aonde o cotidiano da vida no cortiço ia de acordo com a
rotina e a realidade de seus moradores, onde lavadeiras era o tipo mais comum. O
livro contém 23 capítulos, que relatam a vida coletiva de pessoas pobres que
habitam no cortiço na cidade do Rio de Janeiro.
A obra é narrada em terceira pessoa e há dois espaços o primeiro o
cortiço, amontoado de casebres mal-arranjados, onde os pobres vivem, onde lá
esta a mistura de raças e as classes baixas. Junto ao cortiço estão a pedreira e a taverna do português João Romão.
O segundo espaço fica ao lado do cortiço, é o sobrado do comerciante Miranda e
de sua família que representa a burguesia século XIX. Inicialmente o livro narra a saga de João
Romão rumo ao enriquecimento que utiliza até do furto para conseguir atingir
seus objetivos. João Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza trabalha
para ele sem descanso.
Miranda é o comerciante bem estabelecido que
cria uma disputa acirrada com o taverneiro por uma braça de terra que deseja
comprar para aumentar seu quintal mais não chegam a um consenso. João Romão
fica com inveja de Miranda, pois ele possui uma condição social melhor do que a
dele.
Lá estão também os moradores de menor ambição financeira como
Rita Baiana, mulata faceira e Capoeira Firmo malandro valentão, Jerônimo e
Piedade. Se destacam no cortiço:
Machona, lavadeira escandalosa; Alexandre, mulato antipático; Pombinha, moça
boa que acaba por se prostituir e outros mais.
O cortiço muda, perdendo seu caráter desorganizado e miserável e se
transforma na Vila João Romão, isso acontece quando para imitar as conquistas
do rival, João Romão promove várias mudanças na estalagem, que agora ostenta
ares aristocráticos. Assim o dono do cortiço aproxima-se da família de Miranda
e pede a mão da filha do comerciante em casamento, mas para isso ele tem que se
livrar de sua amante Bertoleza, Romão a denuncia como escrava fugida e ela
desesperada comete suicídio deixando o caminho dele livre para o casamento.
No cortiço há várias festas. Nelas, Rita
Baiana, provocante e sensual, enlouquece a todos os homens causando brigas que
acabam numa verdadeira “guerra” entre o cortiço de João Romão e o cortiço
vizinho. Porém, um incêndio em vários barracos de João Romão põe fim à briga
coletiva. João Romão, agora endinheirado, reconstrói o cortiço.
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