Inocência
Uma obra de transição para o Naturalismo. A história conta sobre Cirino, um falso médico que errava pelo sertão e acaba na casa de Pereira, um sertanejo machista e ignorante. Ele cura a filha deste, Inocência, de malária e apaixona-se. Aparece depois Meyer, um entomólogo alemão que, após inocentemente elogiar a beleza de Inocência, passa a ser vigiado incessantemente por Pereira. Ele fica por lá por recomendações do irmão de Pereira e sai mais tarde de volta a Saxônia para apresentar uma nova espécie de rara beleza que encontrou, ao qual dá o nome de Papilio Innocentia. Cirino sofre porque Inocência é prometida e depois se encontra castamente com ela algumas vezes. Ela lhe pede que fale com seu padrinho para que por eles interceda. Enquanto Cirino está fora ela e Manecão, seu noivo, se encontram e ela se recusa a viver com ele. A suposta desonra leva Manecão a matar Cirino, que morrendo encontra o padrinho de Inocência que vinha lhe ajudar. Esta obra pode ser considerada de transição para o Naturalismo por causa de uma grande e infalível característica: o homem é produto do meio.

Visconde de Taunay Alfredo D’Escragnolle Taunay, ou Visconde de Taunay, nasceu no Rio de Janeiro em 22 de Fevereiro de 1843. Estudou Humanidades no Colégio Pedro II, e em 1859 matriculou-se na Escola Militar, onde se diplomou em Ciências Físicas e Matemáticas. Foi engenheiro do Exército, tenente do Imperial Corpo de Engenheiros, participando da Guerra do Paraguai e da expedição do Mato Grosso. Largou a vida militar ainda no posto de major para se dedicar à política e às letras. Dedicou-se às artes, ao jornalismo e à crítica. Mesmo com a influência francesa de seus pais, soube ser um escritor brasileiro. Seu primeiro romance foi ‘A Mocidade de Trajano’ (1871), publicado sob o pseudônimo de Sílvio Dinarte, um dos muitos que usaria durante sua vida literária, outros são: Anapurus, André Vidal, Carmotaigne, Eugênio De Melo, Flávio Elísio, Heitor Malheiros, Múcio Escoevola e Sebastião Corte Real. No mesmo ano, publica em francês suas impressões sobre um episódio decisivo da Guerra do Paraguai, ’A Retirada da Laguna’, e em 1872 publica sua obra-prima: ‘Inocência’. Foi senador por Santa Catarina e presidente da Província de Santa Catarina e Paraná. Afastou-se da política como senador em 1889, por fidelidade à monarquia. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico e membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Em 1889, recebe o título de Visconde. Vindo a falecer no Rio de Janeiro em 25 de Janeiro de 1889. obra
postado por Genielson Rooney às 16:10
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